A Fazenda Colubandê, localizada no município de São Gonçalo é um patrimônio histórico, artístico e arquitetônico de expressivo valor, um dos raros exemplares da arquitetura colonial brasileira. Existe o movimento SOS Fazenda Colubandê coordenado por arqueólogos e historiadores do país inteiro para proteger esse patrimônio. A mobilização existe, pois no mês de janeiro desse ano, o retábulo do século 18, altar talhado em estilo barroco foi roubado da capela de Santana anexa à fazenda. Já foram igualmente roubados da capela portas e janelas originais de madeira maciça, sinos e valiosas peças de arte sacra. Além disso, a Fazenda Colubandê tem sido atualmente frequentada por usuários de drogas. Os primeiros povoadores de São Gonçalo ocuparam a região há 4.000 anos A.P.(antes do presente). O período pré-colonial está subdividido entre as ocupações sambaquieiras e dos ceramistas. Já no século 16, quando chegaram os primeiros europeus, a região era habitada por índios tupinambás, também conhecidos como tamoios. No período colonial havia na Freguesia de São Gonçalo do Amarante inúmeros engenhos de cana-de-açúcar. Os jesuítas se instalaram nessa região construindo portos e instalando fazendas. A Fazenda Colubandê foi uma delas e data do final do século 18. Um patrimônio em que sucessivos governantes de São Gonçalo ainda não compreenderam a sua importância. O roubo do retábulo da capela de Santana está sendo investigado pela polícia federal. Arqueólogos e historiadores temem que os azulejos das paredes laterais da capela sejam os próximos a serem roubados devido a vulnerabilidade desse patrimônio histórico. As imagens do abandono da capela são chocantes. Resta ainda a pia batismal que é outra relíquia que pode ser removida e roubada, pois essas peças tem um valor muito alto no mercado negro de arte no mundo inteiro. Todas as peças roubadas da Fazenda Colubandê já estão incluídas na lista de bens culturais procurados pelo IPHAN. Os organizadores movimento SOS Fazenda Colubandê capinaram e limparam essa propriedade objetivando chamar a atenção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e dos governos de todas as esferas. Igualmente organizam um abaixo-assinado que será entregue Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, solicitando a recuperação da Fazenda Colubandê. O último proprietário foi o Coronel Berlamino Siqueira, o Barão de São Gonçalo. Seus descendentes ali residiram até o ano de 1968. Sua ocupação era feita pelo Batalhão Florestal que cuidava das instalações, impedindo a deterioração do imóvel e atos de vandalismo. No entanto, por determinação do então governador Sérgio Cabral esse órgão foi transferido para o Rio de Janeiro, ficando a fazenda desde então abandonada e sujeita a roubos e depredações. Os primeiros bairros de São Gonçalo tiveram origem das fazendas de cana-de-açúcar que foram loteadas no início do século vinte, daí muitos terem seus nomes originários das fazendas, como Trindade, Itaúna e Colubandê, para ficar em alguns exemplos. A partir de então, esse município passou pela Era industrial, mas década de 1980, essas indústrias foram cessando suas atividades, gerando desemprego. A população economicamente ativa passou a se deslocar para outros municípios, principalmente Niterói e Rio de Janeiro, em busca de trabalho. São Gonçalo atualmente vive o estigma de cidade dormitório e de baixa auto-estima. O colonizador português legou-nos no período colonial pouquíssimas obras dignas de menção: apenas algumas fortalezas medíocres e o aqueduto carioca. Por esse motivo, a Fazenda Colubandê, um dos raros testemunhos da arquitetura colonial merece maior atenção do IPHAN, dos órgãos governamentais e da vigilância da população brasileira.
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Uma lástima o abandono de uma relíquia desta. Será que a Prefeitura não poderia ocupá-la e mantê-la. Poderia utilizar para funcionamento de algum órgão municipal e também como ponto turístico e histórico.